COMBUSTÍVEL FÓSSIL: O QUE VAI ESGOTAR PRIMEIRO? AS RESERVAS FÍSICAS OU A RESERVA ÉTICA DE SUA EXPLORAÇÃO?
Por Marcio Schiavo
Há cerca de 5 anos, em um evento do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo) em Macaé, levantei a questão acima: em relação aos combustíveis fósseis, o que acabaria primeiro? A propalada tese de que, sendo um produto finito, a humanidade teria que aprender a viver sem o petróleo e seus derivados ou o ponto de vista que eu defendi, que a “reserva ética” da exploração, produção e consumo se esgotaria bem antes da extração do produto dos últimos poços de petróleo.
Na ocasião os representantes da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) que compunham a mesa de debates, não levaram a sério meu ponto de vista, mostrando-se surpresos com a tal “reserva ética”.
No último domingo (12/08/2018), O Globo trás matéria de uma página, com a chamada de capa, noticiando que as “Petroleiras buscavam fontes de energia renovável”, já que estão, segundo a reportagem, “preocupados com a própria sobrevivência no futuro”. É fácil entender porque.
Alguns países já definiram seus cronogramas para eliminar o uso do petróleo como combustível automotivo. A Alemanha e a Índia, até 2030. A Noruega, já a partir de 2025. A França iniciará um programa de substituição do petróleo por outras fontes de energia em 2023, com banimento completo previsto para 2040, mesmo ano fixado pelo Reino Unido. Holanda e China caminham na mesma direção.
Nenhum desses países alegam escassez do produto e sim o esgotamento moral de sustentar seu desenvolvimento ou a mobilidade humana com a utilização maciça de uma fonte de energia reconhecidamente poluidora. Consideram que acima dos interesses empresariais, os compromissos do Estado e da população devem prevalecer. E acima desses, está o comprometimento da qualidade das vidas do próprio planeta.
O processo de substituição do petróleo como principal fonte de energia deve acelerar, a partir da decisão das companhias produtoras em investir em novas fontes de energia renovável. É a própria EPE que prevê: “Com a participação das petroleiras, os projetos de energia solar e eólica vão passar de 8% para 18% na matriz elétrica brasileira entre 2017 e 2026.” E assim será em muitos outros países.
Nenhum desses países alegam escassez do produto e sim o esgotamento moral de sustentar seu desenvolvimento ou a mobilidade humana com a utilização maciça de uma fonte de energia reconhecidamente poluidora. Consideram que acima dos interesses empresariais, os compromissos do Estado e da população devem prevalecer. E acima desses, está o comprometimento da qualidade das vidas do próprio planeta.
O processo de substituição do petróleo como principal fonte de energia deve acelerar, a partir da decisão das companhias produtoras em investir em novas fontes de energia renovável. É a própria EPE que prevê: “Com a participação das petroleiras, os projetos de energia solar e eólica vão passar de 8% para 18% na matriz elétrica brasileira entre 2017 e 2026.” E assim será em muitos outros países.
E o país que tiver grandes reservas ainda não exploradas, como o Brasil, deve agilizar o processo de exploração / produção / consumo, sob pena de ficar com o mico na mão e, mais uma vez, perder o bonde (sempre elétrico) do desenvolvimento das novas tecnologias menos poluentes e ambientalmente sustentáveis. Assim como a idade da pedra não acabou por falta de pedra, a era do petróleo não acabará por falta do petróleo. E quem sabe, mais rápido do que se imagina, o petróleo se tono o próximo canudinho plástico, unanimemente recusado.