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Mostrando postagens de setembro, 2011

A globalização da solidariedade

Os países envolvidos com os oito Objetivos do Milênio (ODM) têm apenas cinco anos (até 2015) para alcançar as metas com as quais se comprometeram coletiva e solenemente, em 2000, na Organização das Nações Unidas. O Brasil é signatário desse compromisso. Há um ano (21 de setembro de 2010), peritos internacionais se reuniram na sede da ONU, em Nova Iorque, em uma sessão presidida pelo ministro das Relações exteriores da França, Bernard Kouchner, e emitiram uma declaração na qual foi relatado o muito que ainda falta para ser feito nesse campo. O governo brasileiro foi representado pela embaixadora Vera Machado e a declaração descreveu o seguinte quadro: Progresso significativo foi realizado na última década em vários ODM, superando o que foi realizado ao longo dos últimos 40 anos. No entanto, ainda há muito a ser feito: quase um quarto da população mundial vive abaixo da linha da pobreza; 1 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável e 2,6 bilhões de pessoas não possuem acesso às in

Rock in Rio: um evento sustentável

Um dos maiores eventos musicais do mundo – o Rock in Rio – teve problemas de segurança, de organização e de transporte, mas não pecou no quesito sustentabilidade. A edição 2011 do festival vai receber mais de 150 artistas nacionais e internacionais, que se apresentarão para mais de 700 mil pessoas. O porte grandioso do evento levou os organizadores, desde o começo, a pensar nas questões de sustentabilidade. Foi assim que nasceu o Plano de Sustentabilidade Rock in Rio 2011, que prevê uma série de ações para reduzir os impactos ambientais do megafestival de música e, ainda, trazer benefícios sociais para a comunidade do Rio de Janeiro. Essas iniciativas renderam ao evento o Selo 100R de certificação sustentável, que é concedido pela instituição portuguesa Sociedade Ponto Verde. Destinação correta dos resíduos Um total de 520 lixeiras para resíduos recicláveis e não-recicláveis foram espalhadas pela Cidade do Rock, para serem continuamente esvaziadas pela Comlurb – Companhia Municipal de

Dia mundial sem carro

Tudo começou na Europa, nos últimos anos do Século XX. Em algumas das grandes cidades européias, as pessoas tomaram consciência dos malefícios causados pelo uso excessivo de automóveis: poluição do ar, do solo e das águas, engarrafamentos, atropelamentos, acidentes de trânsito... Ao perceberem que o uso massivo dos automóveis compromete o futuro das cidades, centenas de pessoas começaram a usar meios de transporte mais sustentáveis – com destaque para as bicicletas. O resultado foi a criação de um movimento, que se espalha devagar pelo planeta, que se expressa como um convite ao uso de veículos menos poluentes, sobretudo nos grandes centros urbanos. Assim, foi instituído o dia 22 de setembro como Dia Mundial sem Carro. Atualmente, milhões de pessoas pelo mundo afora celebram a data. O esforço de mobilização conduz, obrigatoriamente, a um exercício de reflexão sobre a dependência e o uso tantas vezes completamente irracional dos automóveis em nossa sociedade. Basta mencionar, aqui, as p

Dia mundial da paz

O dia 21 de setembro foi proclamado pela ONU como uma data de não-violência em todo o mundo. O objetivo não é apenas estimular as pessoas a pensar na paz, mas sim levá-las a fazer alguma coisa em favor de um mundo sem guerras e menos agressivo. Curiosamente, nesse mesmo dia, comemora-se no Brasil o Dia da Árvore. Nada mais adequado. Paz e árvore são conceitos que combinam perfeitamente entre si e nos estimulam a refletir sobre uma vida em harmonia com a natureza, em paz também com o meio ambiente. No Dia Mundial da Paz, os povos de todo o mundo são conclamados para refletir e principalmente agir, num planeta cada vez mais instável, marcado por terríveis injustiças sociais e no qual as guerras eclodem com espantosa facilidade. Nações, povos de diferentes origens e culturas, religiões e filosofias de vida diversas deveriam saber conviver melhor entre si e se irmanar na busca da paz – o que, infelizmente, está longe de ser uma realidade. Porém, em nosso cotidiano, nos momentos mais banais

Por um futuro com cidades sustentáveis

Algumas das maiores empresas do país se uniram a movimentos da sociedade civil para criar o que chamaram de Rede Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. A criação dessa Rede foi um dos anúncios mais estimulantes da Conferência Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, realizada recentemente em São Paulo (8 e 9 de agosto de 2011). A Rede tem por missão comprometer os cidadãos e seus futuros prefeitos com comportamentos éticos e também com o desenvolvimento justo e sustentável das suas cidades. O fundamento do processo será a democracia participativa. Ilusão? Mais uma utopia destinada ao fracasso em nosso país tropical socialmente injusto, descuidado com o meio ambiente e repleto de políticos corruptos? Pode ser que o pior aconteça, mas pode ser que a sociedade brasileira perceba que o sistema da democracia representativa já ficou um tanto obsoleto. E que não atende mais aos anseios da população. A conclusão lógica, inevitável, é que somente a democracia participativa pode abrir

Gravidez na adolescência: um problema crescente

Segundo o Ministério da Saúde, 444.056 meninas e adolescentes brasileiras, entre 10 e 19 anos, tiveram filhos em 2009. A maioria dessas mães adolescentes são filhas de outras mães adolescentes. É como um ciclo perverso, que se repete e aumenta de proporções com o simples passar do tempo. Os números assustam: a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem no Brasil são filhas de adolescentes. Esse índice representa três vezes mais garotas menores de 15 anos grávidas do que na década de 70. O índice de gravidez entre adolescentes cresceu 150% em relação às duas últimas décadas. No Brasil, uma entre cada cinco jovens entre 15 a 19 anos já tiveram filho, descontadas aquelas que praticaram aborto. Em 1999, do total de 2,6 milhões de partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 31 mil foram feitos em meninas com idade entre 10 e 14 anos e 673 mil entre 15 e 19 anos – o que corresponde a 28% do total de partos realizados na rede pública. A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de

Padrões de produção e consumo: tempo de mudar

A população mundial já consome 50% a mais de recursos naturais que o Planeta Terra pode suportar e tem capacidade para se regenerar. Essa informação, que consta do relatório Planeta Vivo 2010, do WWF, foi lembrada em uma das plenárias da Conferência Ethos 2011, que ocorreu nos dias 8 e 9 de agosto, em São Paulo, e que teve como foco principal a questão da sustentabilidade. Quem trouxe esse dado novamente à tona foi Lisa Gunn, coordenadora executiva do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), em sua fala na mesa redonda sobre padrões de produção e consumo. Como ela mesma disse, “nós já estamos vivendo no cheque especial da Terra”. A discussão sobre novos padrões de produção e consumo é absolutamente necessária principalmente quando o discurso político atual é o Brasil precisa crescer economicamente para combater a pobreza e garantir maior acesso a bens e direitos da população pertencente às classes mais baixas do país. Não se trata de argumentar em favor de que as pessoas qu

Se Deus é matemático, o brasileiro é ateu?

O astrofísico Mario Livio indaga em seu livro Deus é matemático porque a Matemática não tem poder. Nas avaliações do ensino brasileiro (SAEB e ENEM) as notas em Matemática obtidas por nossos alunos são muito baixas. A média brasileira não passa de 27 pontos em 100! Se os professores do ensino fundamental e médio são ruins, também são ruins as escolas e os professores que os formaram. A Ead (Educação à Distância) pode melhorar essa situação. Um jovem matemático do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), Salman Khan, oferece mais de 2.000 aulas pela internet, apresentando e resolvendo de forma simples e acessível questões variadas de Matemática e de outras áreas afins. Todas as aulas estão disponíveis gratuitamente no site da Khan Academy (www.khanacademy.org). Vale a pena conferir.

Programa Esporte & Cidadania

A Petrobras vai investir R$ 30 milhões, no prazo de dois anos, no seu Programa Esporte & Cidadania. Para facilitar e qualificar a participação das ONGs nesse Programa, a empresa está realizando oficinas de capacitação em vários estados brasileiros. Confira o roteiro dessas oficinas e as informações detalhadas sobre o Programa no site da Petrobras.

Você já ouviu falar da FIB?

FIB é o conjunto de indicadores que mede a Felicidade Interna Bruta. A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em agosto deste ano, com a adesão de 70 países (inclusive o Brasil) uma resolução que apoia iniciativas e políticas de promoção de indicadores que objetivem melhorar a felicidade e o bem-estar das pessoas. Quer saber como anda sua Felicidade Interna Bruta? Consulte os indicadores da FIB. Eles não são apenas econômicos.

Trabalho escravo em São Paulo

Fomos surpreendidos com a notícia: o Ministério do Trabalho e Emprego autuou a Loja Zara, do Grupo Espanhol Inditex, “por exploração de pessoas trabalhando em regime análogo à escravidão em sua cadeia produtiva”. O que cada um pode fazer contra isso? No mínimo, divulgar este fato e não comprar nenhum produto na Zara. Para saber mais, consulte o site do MTE (www.mte.org.br).