Por um futuro com cidades sustentáveis

Algumas das maiores empresas do país se uniram a movimentos da sociedade civil para criar o que chamaram de Rede Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. A criação dessa Rede foi um dos anúncios mais estimulantes da Conferência Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, realizada recentemente em São Paulo (8 e 9 de agosto de 2011).

A Rede tem por missão comprometer os cidadãos e seus futuros prefeitos com comportamentos éticos e também com o desenvolvimento justo e sustentável das suas cidades. O fundamento do processo será a democracia participativa.
Ilusão? Mais uma utopia destinada ao fracasso em nosso país tropical socialmente injusto, descuidado com o meio ambiente e repleto de políticos corruptos? Pode ser que o pior aconteça, mas pode ser que a sociedade brasileira perceba que o sistema da democracia representativa já ficou um tanto obsoleto. E que não atende mais aos anseios da população. A conclusão lógica, inevitável, é que somente a democracia participativa pode abrir os caminhos para um futuro melhor.

Os integrantes da nova Rede se definem como totalmente apartidários e interreligiosos. Afirmam concentrar suas ações e propostas nos interesses públicos, preservando a autonomia frente aos governos de todos os níveis.
Em cada cidade onde a Rede atua, será feito o monitoramento das políticas públicas, por meio do acompanhamento sistemático dos indicadores sociais das cidades. Também serão realizadas pesquisas junto à população, para medir o grau de satisfação das pessoas com as condições de sua vida urbana. Os integrantes da Rede buscarão maior presença junto às Prefeituras e Secretarias Municipais, apresentando propostas de novas políticas públicas, assim como exigirão ética e transparência dos prefeitos e seus secretariados ao longo de suas respectivas gestões.

Mais concretamente: a Rede hoje conta com coletivos atuantes em cerca de 40 cidades brasileiras (maiores informações podem ser obtidas no site www.rededecidades.ning.com). Passos importantes foram dados no sentido de melhorar o controle social dos poderes públicos e elaborar ferramentas que propiciem mais conhecimento e melhor monitoria da qualidade de vida nos municípios (o leitor pode descobrir como isso é possível em www.cidadessustentaveis.org.br).

O que está em jogo é uma nova consciência da cidadania, que está criando novas formas de interlocução da sociedade civil com os legislativos e executivos municipais. O propósito é comprometer futuros prefeitos antes mesmo de serem candidatos nas eleições municipais. No afã de construir uma nova cultura política na relação entre governo e sociedade, fundamentada na ética e na corresponsabilidade sobre aquilo que é de interesse público, envolvendo múltiplos atores. O caminho só pode ser esse, o da participação, da responsabilidade pela gestão pública assumida por todos. Se a cidadania passiva só consegue ser vítima dos maus políticos, os cidadãos pró-ativos terão muito melhores chances de fiscalizar e promover melhorias na gestão das nossas cidades. Só assim a sustentabilidade deixará de ser um belo conceito para se tornar uma realidade cotidiana dos municípios brasileiros.

MÁRCIO SCHIAVO – Diretor-Presidente da COMUNICARTE – Marketing Cultural e Social Ltda. e Vice-Presidente de Responsabilidade Social da ADVB-PE
MÁRIO MARGUTTI - Consultor e Assessor da COMUNICARTE – Marketing Cultural e Social Ltda.

Postagens mais visitadas deste blog

CONCEITO E EVOLUÇÃO DO MARKETING SOCIAL

TECNOLOGIA SOCIAL: O QUE É?

A produção cultural e a responsabilidade social corporativa

A importância do merchandising social

Existe morte... depois da morte.

NEM BENEMERÊNCIA NEM LIBERALISMO: O SOCIAL EM UM NOVO ENFOQUE

3E Sistema de Informação Gerencial Socioambiental

ÉPOCA DE MUDANÇA OU MUDANÇA DE ÉPOCA?