Planeta Terra: lotação esgotada!

Hoje, dia 31 de outubro de 2011, o nosso planeta atingiu a marca de 7 bilhões de habitantes. Os cálculos são da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA) da ONU. A previsão mais otimista indica que chegaremos a 10,1 bilhões de pessoas por volta de 2081. A situação é preocupante e todos estão apreensivos - no Twitter, o trend topic mais comentado do dia foi #7bilhoesdePessoasnoMundo -, mas os líderes mundiais continuam fazendo vista grossa para a questão: o meio ambiente continua sendo impactado pelas ações de crescimento econômico, o número de pessoas com fome aumenta, assim como a quantidade de pessoas socialmente excluídas. Há um grave desequilíbrio planetário, mas a política de avestruz continua: todos escondem a cabeça e poucas atitudes concretas são tomadas para enfrentar o problema.

John Bongaarts, demógrafo do grupo de pesquisa Population Council, declarou ao jornal The New York Times que cada bilhão a mais de pessoas faz a vida mais difícil para todos. Se já é possível falar em crise de alimentos e água para os próximos anos, imagine-se o mundo com 15 bilhões de bocas famintas e com sede. Sabe-se, ainda, que se houvesse uma queda na fertilidade, o planeta poderia permanecer com 6,2 bilhões de pessoas até o final do século – o que já se tornou irreal a partir de hoje.

É verdade que novas técnicas agrícolas têm tido êxito no aumento da população de alimentos. De acordo com Harold Robinson, representante do UNFPA no Brasil, nosso país tem dado bons exemplos de como é possível reduzir o crescimento da população e também da desigualdade social. Mas, em termos planetários, o número absoluto de pessoas passando fome subiu de 815 milhões para 925 milhões. Nesse cenário, as mudanças climáticas provocadas por uma economia movida por elevadas emissões de carbono vêm anulando os esforços de combate à pobreza, pois as safras agrícolas estão sendo destruídas por secas, enchentes, tempestades, tsunamis.

O Brasil, em particular, deverá ultrapassar a marca dos 200 milhões de habitantes em 2015. O cálculo é de Fernando Albuquerque, pesquisador da Coordenação de Indicadores Sociais do IBGE. De acordo com ele, a população brasileira só começara a encolher depois do ano 2040, sinalizando uma tendência de queda na fertilidade nacional. Enquanto na Europa a média é de 1,5 filho por casal, no Brasil a taxa (considerada estável) é de 1,9 filho por casal. Num reflexo da pobreza que ainda mancha a nossa história, a mortalidade infantil nacional continua elevada: 21 por cada 1.000 crianças, uma taxa que, segundo Fernando Albuquerque, é sete vezes maior que a do Japão.

Com uma visão mais global, o Population Media Center (PMC), nosso parceiro cujo diretor-executivo no Brasil é também fundador e diretor-presidente da Comunicarte, publicou, ainda hoje, uma matéria igualmente interessante em seu blog sobre a grande marca que a humanidade acaba de alcançar: http://www.populationmedia.org/pmc-blog/.

Em face do exposto, pode-se concluir que não basta diminuir os índices de natalidade, é preciso, ao mesmo tempo, encontrar modelos de desenvolvimento econômico que sejam mais sustentáveis, não consumam os recursos naturais e não provoquem perigosas mudanças climáticas. Eis os grandes desafios da humanidade para os próximos anos.

MÁRCIO SCHIAVO – Diretor-Presidente da COMUNICARTE – Marketing Cultural e Social Ltda. e Vice-Presidente de Responsabilidade Social da ADVB-PE.

MÁRIO MARGUTTI – Consultor e Assessor da COMUNICARTE – Marketing Cultural e Social Ltda.

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