ÉPOCA DE MUDANÇA OU MUDANÇA DE ÉPOCA?

Mudanças ocorrem em todas as épocas, mas são poucas as mudanças de época. 


A Era do Gelo, a Idade da Pedra, o Renascimento, a Revolução Industrial, a Era Atômica, são exemplos de mudanças que influenciaram determinantemente um período. No caso, a época é a própria mudança, e não apenas um conjunto de fatos ocorridos entre duas datas. A Era das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é um desses momentos de mudanças que não só caracterizam uma época, mas são capazes de nominá-la.
Não é um exagero afirmar que vivemos uma mudança de época. As Tecnologias de Informação e Comunicação alteram completamente a circulação de informações e o acesso ao conhecimento. De espectadores, as pessoas passam a protagonistas. De leitores, a produtores de conteúdo. É comum que crianças e adolescentes manejem celulares e tablets com conhecimento e destreza maiores de que seus pais e mesmo seus professores. E quem os ensinou? Ninguém. Simplesmente aprenderam. Esta é uma das diferenças substanciais da Era Digital: o auto-aprendizado.
Assegurar o acesso universal à era digital é tarefa dos poderes constituídos e também das empresas, pelas inovações contínuas presentes em seus produtos e serviços. Já aprender e multiplicar o conhecimento é responsabilidade de cada um. É claro que a produção do conteúdo importa.  Pode-se e deve-se disponibilizar formações e prever limites sobre o uso responsável das mídias sociais. No entanto, sempre haverá alternativas de escolhas e a decisão final sobre qual tecla pressionar é cada vez mais pessoal.
Mas existe ainda um novo protagonista neste enredo: o tutor/educador das mídias sociais. Alguém alimenta o sistema que multiplicará as informações e dados recebidos.
Em tempo de inteligência artificial, onde o “pai dos burros” é o Google, é fundamental perguntar: “Quem educa o Google? ”. Quem alimenta a plataforma que é capaz de responder a qualquer pergunta que lhe é formulada? E, mais importante ainda, qual a ideologia e a intencionalidade das pessoas que produzem conteúdo para o Google, que por sua vez, transmitirá as informações programadas para milhões de pessoas?
Seria ingênuo acreditar que o Google não tem ideologia e seu compromisso restringe-se a informar com precisão fatos e conceitos, deixando para os usuários as interpretações.
Daí surge a “pós-verdade” ou “hoax”, que torna incontestável o que está na rede. Se não foi, passou a ser. Se não disse, passou como dito. E se foi dito, verdade torna-se. A inovação tecnológica tem que ter um compromisso ético indissociável com a inclusão e a equidade social. Inovar é incluir. E as TIC’s são as novas protagonistas desse processo. Na medida em que ganham escala, o custo da inovação cai e o acesso a seus benefícios é cada vez maior, para um maior número de pessoas. E a educação continua sendo a via natural para o exercício democrático, “É preciso educar o soberano”. E não falamos apenas da educação formal, mas também os processos educacionais que estão além das salas de aula. As empresas conectadas e inovadoras devem cuidar de educar seus públicos. Afinal, todo negócio hoje deve trazer, em si mesmo, um propósito educativo.  





                                                                                          Fonte: leonardoconcon.com.br

  

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