Alô, cidades insustentáveis!
A preocupação com a sustentabilidade ultrapassa o universo das empresas e começa a entrar na agenda das prefeituras brasileiras. Um dos motivos é a criação do Programa Cidades Sustentáveis, que criou mais de 300 indicadores para auxiliar os prefeitos a avaliar a qualidade de vida nos municípios que administram, estimulando assim a criação de políticas públicas mais sérias nesse setor.
O programa foi criado por uma parceria entre a Rede Nossa São Paulo, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e o Instituto Ethos, com apoio da Fundação Avina e do Instituto Arapiaú. Muitas outras importantes instituições são parceiras do Programa, como o GIFE, o Instituto Akatu, o DIEESE, o Greenpeace e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A edição do Guia Exame 2011 de Sustentabilidade, que chegou às bancas de jornal em novembro passado, traz uma preocupante avaliação de quatro das maiores metrópoles do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Em matéria de perda de água tratada, Recife ocupa um triste primeiro lugar: 64% do total produzido. O Rio de Janeiro também não está bem nessa radiografia, com 57% de perdas. Porto Alegre apresenta um percentual de 30% e São Paulo detém a melhor posição nacional, com 26% de perda. Acontece que a referência internacional nesse caso é de apenas 3,6% (Tóquio, no Japão), evidenciando que nenhuma de nossas metrópoles sabe de fato evitar o desperdício desse bem tão precioso que é a água.
Em matéria de poluição do ar (concentração de material particulado), Recife passa a apresentar o melhor percentual (12%), enquanto que as demais capitais revelam índices de 24% (Rio), 33% (São Paulo) e 34% (Porto Alegre). O percentual de referência internacional, neste caso, é de Estocolmo, na Suécia, com 17%, deixando Recife bem na radiografia.
O índice assume proporções trágicas quando se trata de medir o número de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos. Recife apresenta uma taxa de 211 mortes por 100 mil habitantes. Porto Alegre sinaliza 96, o Rio 73 e São Paulo 23. A referência internacional é Santiago do Chile, com o baixíssimo índice de apenas dois homicídios por 100 mil habitantes.
Recife também deixa a desejar no que diz respeito à parcela das residências sem ligação à rede de esgoto (45%), à oferta de ciclovias (13%) e área verde por habitante (apenas 14%, enquanto São Paulo e Rio, respectivamente, apresentam índices de 57% e 50%).
Chegou a hora, portanto, das nossas principais capitais começarem a superar deficiências básicas, como a perda de água tratada e a poluição do ar. Na avaliação de Claudia Baggio, diretora da Deloitte, “os investidores estrangeiros estão ávidos pelo Brasil e por oportunidades ligadas à sustentabilidade”. E adverte: “se as prefeituras se organizarem para aproveitar essa onda, podem recuperar o tempo perdido”.
MÁRCIO SCHIAVO – Diretor-Presidente da COMUNICARTE Marketing Cultural e Social Ltda. e Vice-Presidente de Responsabilidade Social da ADVB-PE.
MÁRIO MARGUTTI – Consultor e Assessor da COMUNICARTE Marketing Cultural e Social Ltda.
O programa foi criado por uma parceria entre a Rede Nossa São Paulo, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e o Instituto Ethos, com apoio da Fundação Avina e do Instituto Arapiaú. Muitas outras importantes instituições são parceiras do Programa, como o GIFE, o Instituto Akatu, o DIEESE, o Greenpeace e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A edição do Guia Exame 2011 de Sustentabilidade, que chegou às bancas de jornal em novembro passado, traz uma preocupante avaliação de quatro das maiores metrópoles do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Em matéria de perda de água tratada, Recife ocupa um triste primeiro lugar: 64% do total produzido. O Rio de Janeiro também não está bem nessa radiografia, com 57% de perdas. Porto Alegre apresenta um percentual de 30% e São Paulo detém a melhor posição nacional, com 26% de perda. Acontece que a referência internacional nesse caso é de apenas 3,6% (Tóquio, no Japão), evidenciando que nenhuma de nossas metrópoles sabe de fato evitar o desperdício desse bem tão precioso que é a água.
Em matéria de poluição do ar (concentração de material particulado), Recife passa a apresentar o melhor percentual (12%), enquanto que as demais capitais revelam índices de 24% (Rio), 33% (São Paulo) e 34% (Porto Alegre). O percentual de referência internacional, neste caso, é de Estocolmo, na Suécia, com 17%, deixando Recife bem na radiografia.
O índice assume proporções trágicas quando se trata de medir o número de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos. Recife apresenta uma taxa de 211 mortes por 100 mil habitantes. Porto Alegre sinaliza 96, o Rio 73 e São Paulo 23. A referência internacional é Santiago do Chile, com o baixíssimo índice de apenas dois homicídios por 100 mil habitantes.
Recife também deixa a desejar no que diz respeito à parcela das residências sem ligação à rede de esgoto (45%), à oferta de ciclovias (13%) e área verde por habitante (apenas 14%, enquanto São Paulo e Rio, respectivamente, apresentam índices de 57% e 50%).
Chegou a hora, portanto, das nossas principais capitais começarem a superar deficiências básicas, como a perda de água tratada e a poluição do ar. Na avaliação de Claudia Baggio, diretora da Deloitte, “os investidores estrangeiros estão ávidos pelo Brasil e por oportunidades ligadas à sustentabilidade”. E adverte: “se as prefeituras se organizarem para aproveitar essa onda, podem recuperar o tempo perdido”.
MÁRCIO SCHIAVO – Diretor-Presidente da COMUNICARTE Marketing Cultural e Social Ltda. e Vice-Presidente de Responsabilidade Social da ADVB-PE.
MÁRIO MARGUTTI – Consultor e Assessor da COMUNICARTE Marketing Cultural e Social Ltda.