MARKETING SOCIAL EM ALTA
Instituto Ethos | Agosto de 2000
Descrição: Marcio Schiavo tem 50 anos. Destes, 20 foram dedicados ao trabalho como consultor independente do terceiro setor e da área não-governamental. Mas ele achava que podia fazer mais. E fez. Em 1992, lançou a Comunicarte, primeira empresa brasileira direcionada para área social. “Nosso enfoque é o marketing social cultural. Nós gerimos as transformações sociais, ou seja, verificamos a relevância dos projetos sociais e as possibilidades de transformação. A possibilidade de transformar culturas”, explica. Em seu trabalho, Schiavo, que é pós-graduado em Comunicação para o Desenvolvimento, assessora organizações do terceiro setor. Entretanto, para que isso ocorra, as entidades, bem como seus projetos, devem atender a três itens: o mérito – que, segundo ele, é um componente comum aos projetos; a relevância – que traduz a intenção; e o resultado – isto é, a quantidade de impactos que uma ação pode gerar. “Não basta intenção. É preciso transformar”, ressalta.
Um dos importantes trabalhos desenvolvidos ao longo destes oito anos de atividades da Comunicarte foi a parceria com o Instituto Ayrton Senna no ano de 1996, do qual Schiavo é hoje superintendente de comunicação. “Inicialmente, lançamos o prêmio Ayrton Senna de Jornalismo. Agora, estamos programando um movimento para pensar e agir socialmente. A exemplo das residências médicas, desenvolveremos as residências sociais, onde 60% serão trabalhos práticos e 40% teoria. Formaremos verdadeiros líderes comunitários”, conta. Outra ação da Comunicarte diz respeito à educação pelo entretenimento, um trabalho realizado em conjunto com a Rede Globo desde 1992. “Boa parte da programação da emissora está direcionada à teledramaturgia. Monitoramos todas as novelas e com base nas sinopses interagimos com a produção, para que este espaço seja aproveitado da melhor forma possível. É o merchandising com abordagem social”, comenta Schiavo. Para ele, a vinda do mundo empresarial para o terceiro setor é algo extremamente benéfico para a sociedade. “O setor empresarial pode contribuir, e muito, para as soluções dos problemas sociais”, destaca Schiavo, que pretende trabalhar, futuramente, no mundo da publicidade: “A abrangência é enorme, mas falta bom senso”, diz.