O MARQUETEIRO SOCIAL

Revista Você | Junho de 2002 

Por Marcio Ruiz Schiavo

Desde a época em que cursava o segundo grau, em fins dos anos 60, preocupava-me com os problemas sociais do país e com a pouca importância que se dava à educação sexual — essencial para ajudar as pessoas a ter uma vida sexual satisfatória e prevenir doenças sexualmente transmissíveis (sem falar do problema da aids hoje). Em 1972, quando cursava faculdade, comecei a trabalhar na Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil (Bemfam), uma organização não-governamental voltada à informação e à educação para a saúde reprodutiva, vinculada ao Departamento de infomação e Educação (Dein). Quando assumi a coordenação do Dein, em 1975, o planejamento familiar era um tema execrado na sociedade brasileira. Apesar disso, era necessário tornar público o debate e gerar uma nova cultura no país. Primeiro, tivemos de mudar a mentalidade da própria instituição. Passamos a estabelecer convênios com organizações sociais locais e governo para oferecer serviços de planejamento familiar. Chegamos a atuar em 2700 municípios. Paralelamente, fizemos um amplo trabalho de divulgação e inserções da campanha em telenovelas (prática hoje conhecida como merchandising social, em franca aplicação nas novelas). Por causa dessa atuação em 1979, o planejamento familiar foi considerado uma das prioridades sanitárias de governo e se impôs como um direito dos casais, consagrado na Constituição de 1988. Formou-se uma nova consciência em relação à família. Em 1970, cada brasileira dava à luz em média 5,4 filhos. Hoje, o número caiu para 2,2. Foi uma pequena revolução cultural num período de cerca de 25 anos, O trabalho continua. Sou consultor e trabalho para empresas e entidades como Petrobras, Fundação Banco do Brasil, Instituto Souza Cruz e Ministério da Saúde. Ajudo-as a organizar suas campanhas e seus projetos sociais. Assim, sinto-me cada vez mais capaz de contribuir — e encaminhar soluções aos enormes problemas sociais brasileiros.

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